Posição da ANTEPH em relação ao Comunicado da Ordem dos Médicos

07-05-2018 12:56

A ANTEPH – Associação Nacional dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar felicita a Ordem dos Médicos pelo esclarecimento público que fez sobre a atribuição das novas competências do âmbito da emergência pré-hospitalar a atribuir na progressão de TAS (tripulantes de ambulância de socorro) para TEPH (técnicos de emergência pré-hospitalar).

Esta posição da Ordem dos Médicos no que às novas competências dos TEPH é atinente, vem assim dar razão a ANTEPH sobre a necessidade de evoluir a formação dos actuais tripulantes de ambulância de socorro (TAS), luta que tem sido assumida desde a constituição desta Associação, e da qual resultou a apresentação de um conjunto de propostas à tutela, INEM e Ordem dos Médicos, observando-se finalmente o reconhecimento por quem de direito, a classe médica, estando assim criadas as condições necessárias para que os doentes e sinistrados possam num futuro próximo ter a assistência adequada no que concerne à prestação de cuidados de emergência pré-hospitalar, cujo seu principal objectivo é o de mitigar o sofrimento e salvar vidas.

A ANTEPH lamenta no entanto que os representantes de outras classes da saúde, nomeadamente da enfermagem, não tenha tido uma posição que contribuísse para este bem maior, que é a salvaguarda da vida humana e a diminuição do sofrimento, ao invés de terem optado por um discurso demagógico, insultuoso e não fundamentado, com um comportamento corporativista,  somente com o objectivo de denegrir e caluniar a única classe profissional exclusivamente dedicada ao socorro e assistência pré-hospitalar, profissão esta que existe e assegura a esmagadora maioria do socorro em Portugal, desde que existe um sistema organizado de emergência pré-hospitalar, e que há muito merecem evoluir nas suas competências.

A ANTEPH, lamenta ainda que a posição e o esclarecimento formal dado pela Ordem dos Médicos, não tenha sido acompanhado do devido esclarecimento pelo Instituto Nacional de Emergência Médica, permitindo desta forma que tenha circulado na opinião publica informação falsa que somente serviu para por em causa um modelo e uma classe profissional que merecem respeito e dignificação.

A ANTEPH esclarece ainda que sempre se opôs ao actual modelo de formação de 210 horas, e que reforça como o tem feito ao longos anos que este é insuficiente, tendo sido nos últimos anos a sua qualidade agravada com as alterações que foram introduzidas a partir de 2012 pelo Instituto Nacional de Emergência Médica, o que no nosso entender somente serviu para desqualificar a função do tripulante de ambulância, situação a que urge por cobro, apostando-se num modelo de requalificação que permita a estes técnicos evoluir a bem da qualidade dos serviços prestados aos doentes e sinistrados.

Apesar de concordar com esta tomada de posição formal por parte da Ordem dos Médicos, a ANTEPH espera agora que seja publicado o respectivo regulamento profissional do Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar e respectivos modelos de formação, bem como a aprovação da constituição da Câmara Oficial dos Técnicos de Emergência Pré-hospitalar, mantendo-se a supervisão e controlo na dependência de um médico, em conformidade com as propostas entregues desde 2015 no ministério da Saúde, INEM e Ordem dos médicos, condições fundamentais, que vai permitir a regulação das actividades deste profissionais independentemente da entidade que os emprega, seja ela publica ou privada,.

A ANTEPH aproveita este momento para agradecer ao grupo de trabalho que esteve envolvido na elaboração das novas competências e respectivo modelo base de formação, pela visão que tiveram de um modelo que é aquele que mais serve os interesses dos doentes e sinistrados, e que vai permitir que Portugal tenha no futuro um sistema de emergência pré-hospitalar ao nível das melhores práticas existentes por esse mundo fora, e desejada maior articulação com o comunidade científica médica.


A Direcção